Canalha

Era uma vez um homem que brincava com corações.
Porque um dia uma mulher brincou com o seu.
Era uma vez um homem que fingia que brincava com corações.
Porque um dia uma mulher brincou com o seu e não o ensinou a brincar.
Só queria revidar. Porque um dia uma mulher o trocou por um motivo banal.
O homem que brinca com corações, não ama, mas é amado.
Mas quando ele quiser um abraço, quando ele quiser dar amor.
Aparcerá uma outra mulher e brincará com o seu coração outra vez.

2 – Sentimento

Amor é o maior dos prazeres
Mas também uma dúvida cruel
Amor é em definitivo
Mas sem definido papel

O Amor não une os iguais
Ele soma as imperfeições
O Amor não rima o poeta
O poeta quem rima seus dons

Derrotas são feitas de sonhos
Mas de que é feito o amor?
O Amor é feito de medo
de sangue ou medo de flor

Amor não se faz de tijolos
Amor não se pinta à mão
Amor é uma salada de dores
Com tempero de falsa razão

Amar é o estopim das lágrimas
Amor é o frio dentre espinha
Sentir é o temor dos gigantes
Sofrer o temor da garotinha

Amar é tentar entender
O fazer de um conto de fada
Mas só quem consegue escrever
É o tolo que não sabe nada

1 – Conhecimento

Saber é saber se inspirar
Transformar todos em espelhos
Saber é ter controle do mundo
E a ele ficar de joelhos

Quem sabe conhece a dor
Quem não sabe, procura saber
Acha que aprende com o tempo
Mas não sabe o que é sofrer

Quem sabe o sentido do corpo
Não sabe o sentido da dor
Estuda as flores do mundo
Não estuda o corpo da flor

Não conhece nenhum dos espinhos
E nem os anseios da Alma
A Alma é muito mais vida
A terra é só flora e fauna

Conhecimento é placebo
Sentimento é o inverso
Quem não consegue sentir
Nunca conhece o universo

Aula de História

Morreu de amor, não por doença. Mas pro motivo.
Morreu não por falta de sangue, mas por outro que o coração bombeia.
Morreu de ansiedade, não por esperar o mal. Mas por esperar demais.
Morreu de querer, morreu de tentar. Morreu quando não quis mais tentar.
Não morreu à facadas.
Ou morreu?

Descaso Romântico

Existem duas formas de esperança, a fé que nos faz sorrir ansiosos pelo futuro. E o desespero, que nos faz chorar por causa de um passado.

A Fé nos guia através do tempo e do espaço, o desespero nos consome na antimatéria.

A fé é a energia, o desespero são as últimas forças. Ambos começam do limbo, da lama no coração.

Das cicatrizes e do Braile. Das distâncias e dos limites imaginários e inimagináveis. São consequencias do amor banalizado e do sentimento puro e imaturo.

A esperança não sabe o que faz, se te leva para onde quer, ou se deixa a razão ou o conformismo vencer e acaba cedendo.

A Fé acredita nas icógnitas, molda do limbo a argila, e da terra seca, a fertilidade. O desespero salva o mundo, mas acaba com o ser humano. E acaba também do mesmo jeito que acaba o homem, no Trauma.

E o romance e talvez retaliação, o forte golpe, e talvez a lição. Rimam com armas na mão, e sofre com os joelhos no chão. Amor. Inerte.

Braile

Ei

Incrível né?

O como a gente cresce,

ama muitas pessoas

Amores incorrespondidos, e muitos desafios

É incrível não é?

O jeito que a vida pisa na gente

Mas isso tudo é pra ensinar a gente a não ser pisado

Incrível né?

Como as pessoas passam na nossa vida, deixando marcas

Essas marcas?

Essas marcas são braile

Devemos pegá-las e lê-las

Porque por mais que sejam dificeis, elas sempre nos trazem uma mensagem

Incrível, não é?

Um coração não se compra, não se vende. Nós só temos um.

E o que faremos dele, não dependerá apenas de nós

É realmente muito dificil de acreditar que nós fomos incorrespondidos varias vezes, para aprendermos a amar um dia

Quanto a mim? Eu vou continuar ganhando minhas marcas e tentando lê-las

O amor ainda deixará muitas marcas

na verdade, toda a vida

O mundo

Braile é a linguagem dos cegos é o jeito que eles interpretam as mensagens

Afinal, a gente sofre, sem querer

Sem ver

Somos cegos

E nessa vida fomos muitas vezes cegos de amor e não sabíamos

 

Sentir é não fazer perguntas retóricas, é esperar a resposta do coração sem usar interrogações. Porque o coração, tem respostas a perguntas que não foram feitas.

Círculos

Apenas uma grande verdade, contada por grandes mentiras.

Apenas grandes histórias, movidas por pequenos vilões.

Apenas um grande e eterno amor, movido por rápidas e passageiras emoções.

Apenas uma grande luta, lutando contra grandes mortes.

Apenas uma outra fase, mais um desafio porém.

Apenas mais um problema da alma, e quem sabe um dia a calma vá pairar dentro de ti.

Apenas mais um eu-lírico angustiado, um escritor bem-amado e uma vítima infeliz.

E se há algum dilema, nunca se tornará um problema, porque esse amor existe apenas por que se quis.

Apenas mais um sentimento

mais um amor imaturo

E mesmo sendo duro

Lutarei até o fim

Eu te amo

São círculos

Luta

Olhe pelo que estou lutando
Não é pela nação a qual pertenço, nem pela razão a qual defendo
Não é pela família, não é pelo que é meu
E dessa vez não estou lutando por mim.
Não luto por todos os meus ideais
Pois alguns são tão reais que nada quer os enfrentar
Luto apenas por um, o mais forte, que de tão poderoso
Todos os meus inimigos o querem impedir
Luto apenas pelos seus sonhos,
E por tudo aquilo que te faz sorrir.
Luto contra esse mundo todo. Onde eu nunca me encaixei.
Luto pelos seus olhos, contra todos que queiram os fazer parar de brilhar.
E se o brilho vier das suas lágrimas, estarei aqui para ouvir o motivo e lutar também contra a sua dor.
Luto a favor das rasuras no velho caderno da vida
Luto a favor das rosas, e dos mais belos motivos
Luto a favor da criança que com o choro da alma se entristece.
Eu luto por ti, para que este mundo te deixe que ame.
E luto porque te amo, e não só porque é justo morrer de tanto lutar por você.

Casa Comigo?

Por que as estrelas, às vezes
Se cansam de brilhar?
Por que só se dão os poderes,
Para quem não sabe governar?

Para que serve a luz
Se às 6 ela se põe?
Para que serve a prosa
Se é o poeta quem compõe?

Casa Comigo? Quando eu te levar daqui
Casa Comigo? Quando eu puder ser só seu
Casa Comigo? Onde só o céu possa nos ver
Casa Comigo? Casa pelo amor de deus

Me diz de que servem os sonhos?
Se a força é da razão
Me diz de que serve a música?
Pois só se lembram do refrão

Me diz, de que serve o contato
Já que se aprende só em ouvir?
Me diz, de que servem as lágrimas
Que eu chorei quando escrevi?

Para que servem as cartas?
Para que serve o coração?
Casa comigo, agora
Casa comigo, sim ou não?

Baby You

O Rio secava, a cidade caia, a língua matava, as cores corriam.
Os prédios ao chão, o tempo era frio, até a respiração nos causava arrepio.
O poeta tentava, tentava rimar. Mas a ideia fugiu, sem tentar o salvar.
O mundo acabava, e o tempo também. Mas eu continuo te amando como jamais amei alguém

Bebê. Você.

E quando crescertes, lembre de não envelhecer.

Porque todas as esperanças rejuvenescem você

E quando envelhecertes porque esqueceu

Não esqueça pelo menos de sorrir

O sorriso que sempre mereceu.

E quando lembrar de mim

Numa vaga lembrança

Não esqueça que eu sempre amei você

Quem sofre como mulher, mas sorri como criança

Dedicado à Sabrina DallaValle